
Em Setembro de 2015, as imagens de Aylan Kurdi — o menino sírio de três anos caído sem vida numa praia na Turquia, depois de o barco onde seguia se ter afundado no Mediterrâneo — chocaram a Europa e chamaram a atenção da opinião pública para o drama dos refugiados. A criança tornou-se símbolo dos milhares de pessoas desesperadas por chegar à segurança de um novo país. A actriz Vanessa Redgrave foi uma das figuras que, devido à sua própria experiência de vida, se sentiu particularmente atingida com a tragédia: “Tal como a maioria das pessoas, eu fiquei horrorizada que este bebé e a sua mãe e irmã tenham morrido por não terem encontrado uma passagem legal e segura através do mar para obter asilo”, escreve Redgrave na declaração de apresentação de “Sea Sorrow”. Com este documentário, de cariz assumidamente pessoal, a realizadora vai buscar as suas memórias da II Guerra Mundial, quando foi levada pelos pais para longe de Londres, estabelecendo um paralelo entre o êxodo das populações perseguidas pelos nazis e os milhares de refugiados que hoje procuram a Europa, na esperança de salvar as suas vidas.