The Testaments, da canadiana Margaret Atwood, e Girl, Woman, Other da britânica Bernardine Evaristo foram as obras distinguidas. Jurados desrespeitaram as normas do prémio. Peter Florence diz que consenso foi mesmo esse, desrespeitar as regras para distinguir os dois livros.
Os júris do Booker Prize de 2019 “desrespeitaram” explicitamente as regras deste prémio literário ao escolher pela primeira vez em 30 anos dois vencedores em conjunto: Margaret Atwood e Bernardine Evaristo.
Segundo revela o The Guardian o presidente do júri, Peter Florence, anunciou, após mais de cinco horas de reunião com os outros jurados, que o grupo de cinco elementos não tinha conseguido escolher um único vencedor de entre os seis selecionados.
Em vez disso, apesar de ter sido repetidamente informado pelo diretor literário do prémio, Gaby Wood, de que não tinham permissão para dividir o prémio no valor de 50 mil libras, os jurados resolveram distinguir obras de duas autoras: The Testaments da canadiana Margaret Atwood, que é contada por três três vozes femininas diferentes, principalmente mulheres negras, e Girl, Woman anda Other, da britânica Bernardine Evaristo.
“O nosso consenso foi a decisão de desrespeitar as regras e dividir o prémio deste ano para comemorar dois vencedores. São dois livros de que não queríamos desistir e quanto mais conversávamos sobre eles, mais os valorizávamos e os queríamos como vencedores. Não conseguimos separá-los”, explicou o presidente do júri Peter Florence.
A vitória de Bernardine faz dela também a primeira mulher negra a ganhar o Booker Prize desde que começou em 1969 e a primeira autora negra britânica.
Aos 79 anos, Atwood torna-se, pela segunda vez, vencedor deste prémio, que já o tinha arrecadado em 2000, com The Blind Assassin, e a mais velha autora a consegui-lo.