Sushi, a palavra que assusta uns, apaixona outros. A especialidade que veio do Japão assumiu muitas e variadas formas às mesas dos restaurantes assumidamente japoneses da cidade, uns mais tradicionalistas, outros mais inovadores e ousados. Na nova vaga, porém, esta já não é a grande estrela da carta. O ramen, um caldo rico que aproveita todo o sabor que se pode extrair das carnes – e, na verdade, de muitos outros ingredientes – e se envolve com noodles e outros sabores e texturas, é o prato que tem atraído mais atenções. Mas não chega sozinho, isto porque há ainda muito mais para descobrir à mesa destes restaurantes de inspiração asiática.
O roteiro pelos restaurantes de comida japonesa no Porto é tão vasto que se torna difícil compilar todos numa lista, mas é possível eleger alguns, tendo em conta fatores como a qualidade da comida, os preços e o conceitos dos espaços.
1. Ikeda
É uma das últimas novidades a abrir as portas no Porto e quer ser «o restaurante de sushi de referência da cidade». Porém, na cozinha de Agnaldo Ferreira e Christian Oliveira, o sushi está longe de ser a única estrela. O objetivo da dupla passa por transportar a cultura japonesa até ao espaço no Campo Alegre, sob a forma de muitos e variados pratos: tártaros, chirashis, ramen. Para quem não aprecia sushi, as alternativas não são menos tentadoras. E a longa carta de saquês – são mais de 40 referências – foi montada para ajudar a ambientar os clientes à cultura da bebida. Para saber mais sobre o Ikeda, leia a reportagem completa da Evasões no local.
2. 3 Hyoshi
A viagem pelo Japão faz-se em três partes, entre sushi, petiscos e cocktails. Descontraidamente, ao balcão do primeiro piso, é possível espreitar a arte do sushiman Edivaldo Silva. O espaço prolonga-se pelos restantes dois andares e termina na sala mais confortável e recatada desta tasca, preenchida com mesas e cadeiras baixas a condizer com o tema oriental. A acompanhar as peças de sushi mais tradicional, caso dos temakis, nigiris e sashimi, estão os tais petiscos que habitualmente se servem nas tabernas japonesas, com as tempuras em destaque, sejam elas de bacalhau com molho sumisô ou de legumes e camarão.
3. Ichiban
Comandado por Masaki Onishi, o Ichiban é apontado como uma das referências da gastronomia japonesa na cidade. O chef que chegou a Portugal para trabalhar na embaixada do seu país acabou por aventurar-se num negócio próprio, instalado à beira-mar, numa das avenidas mais famosas do Porto. É ali que exibe diariamente uma variedade enorme de peixe fresco, pronto a ser moldado pelas melhores técnicas de confeção de Onishi, seja em peças de sushi clássico, carpaccio, tártaros e tempuras, chirashi e okonomiyaki.
4. Shiko
Em Portugal chamam-lhe tasca, no Japão izakaya. Assim nasceu o Shiko, uma tasca japonesa fundada por um um brasileiro que já se sente um verdadeiro português. Ruy Leão quis fugir aos lugares comuns da cozinha japonesa que, à data, se servia pelo Porto. Deixou os freestyles e combinados – embora o sushi faça parte da ementa – e apostou nos petiscos asiáticos. Sunomono, okonomiyaki – uma panqueca japonesa de sabor intenso – ou kimchi, tudo palavrões para decifrar de pauzinhos em riste.
5. RO
Ramen, a especialidade japonesa à base de um caldo rico e saboroso onde se mergulham noodles – e uma longa lista de outros ingredientes, onde os mais comuns são o cachaço de porco, ovo marinado em soja, frango, chili ou ceboleto – é a estrela do espaço de João Lameiras e Francisco Bonneville. O prato de culto começa a conquistar os portuenses e é no RO que se faz o ponto de encontro. Basta ter alguma destreza com os pauzinhos e não ter vergonha de sorver os noodles de forma barulhenta como um verdadeiro japonês. Para saber mais sobre o RO, leia a reportagem completa da Evasões no local.
6. Sushiaria
A casa de sushi plantada à beira-mar em Leça da Palmeira é apenas um de três projetos de Ricardo Rodrigues. Um triângulo que fica completo com o Terminal 4450 e o Esquina do Avesso. Ali é de sushi de que se fala, separado por uma linha bem vincada: de um lado, as peças mais tradicionais; do outro, a vertente de fusão, mais criativa e adaptável a outros gostos. Uma oferta que se completa com as entradas do sushi bar, onde a aposta recai também sobre outras criações e inspirações, do ceviche aos tiraditos de salmão.
7. Mangá Sushi House
O Japão está nos pratos mas também nas paredes, coloridas e ilustradas com personagens animadas da manga japonesa. O espaço em Cedofeita aposta no sushi de fusão, claro, onde se aventuram pelos peixes fumados, mas também pelos tatakis e ceviches.
8. Terra
Foi no rés-do-chão do Terra, ao balcão do sushi bar, que muitos portuenses tiveram o seu primeiro encontro com o sushi. Um par de mesas altas, um balcão bem ao estilo japonês para não tirar os olhos da destreza do sushiman e muitas peças, tradicionais e de fusão de sabores. Este é o espaço por excelência do sushi do Terra, que também pode ser provado no piso de cima, na sala de jantar. A idade ainda é um posto e o sushi bar do Terra, de portas abertas desde 2000, continua a ser um ponto de encontro de amantes da especialidade.