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Entre o Campo Mártires da Pátria e a rua das Flores, os 325 metros de calçada granítica são testemunho do encontro entre o passado e o presente.

Na rua dos Caldeireiros, onde em tempos idos laboravam ferreiros e latoeiros, já só resta a memória desses tempos e muito do antigo comércio tradicional também foi soçobrando. Nos últimos anos, a par da sobrevivência de alguns resistentes, foram abrindo novos espaços que acompanham a procura dos que visitam a cidade, incluindo inúmeros alojamentos locais. É uma rua de belas varandas em ferro, rodeadas pela azulejaria tão típica da cidade, pelo que passear pelos Caldeireiros obriga a estar atento.

Estar atento aos pormenores é garantia de pequenas mas boas surpresas, como o nicho com a imagem do Senhor da Boa Fortuna encaixado num edifício residencial, ou a discreta Capela de Nossa Senhora da Silva, padroeira dos antigos artesãos. Nesse passeio por esta rua do centro histórico, há prazeres que estão garantidos, com o de encontrar ainda algumas das lojas oficinais que, em tempos, marcavam o ritmo da cidade. Ou ainda encontrar boas mesas para uma refeição sem pressas.

ArteSana, 226  

Começou por ser inteiramente dedicado à saboaria e cosmética artesanal mas acabou por reunir no mesmo espaço projetos de joalharia, azulejo português, pins e pedras pintadas à mão, entre outros objetos de autor, perfeitos para uma prenda ou um mimo pessoal. Susana Santos passa os dias na oficina das traseiras a produzir sabonetes e velas de massagem, por isso se a porta estiver fechada mas a luz estiver ligada basta bater para poder entrar.

Vidraria Fonseca, 221

Falar dos Caldeireiros é falar da Vidraria Fonseca, uma loja centenária que ali se instalou em 1909 e integra o lote de estabelecimentos históricos protegidos no âmbito do programa “Porto de Tradição”. Fundada por Manuel Francisco da Fonseca e sempre na mão da mesma família, continua a ser marca de referência em todo tipo de vidros para arquitetura e decoração.

Horta do Pombo, 130 

Entrar na Horta do Pombo é entrar numa história de amor pelo Porto. Este restaurante está decorado com mil e um motivos alusivos à cidade, uma paixão que se reflete também na carta que gira em torno de receitas tradicionais. A par das inevitáveis tripas à moda do Porto, há posta de bacalhau frita, polvo panado como “como se fazia antigamente na Ribeira”, entre outros pratos que homenageiam a cidade.

Yours Guesthouse Bistrô, 131-135 

A decoração é elegante mas descontraída, com a sala interior a prolongar-se para uma esplanada muito convidativa nos dias mais soalheiros. A zona exterior de refeições é coberta, tornando-a uma opção viável mesmo para os dias mais cinzentos. A carta é de inspiração portuguesa mas este é também um dos poucos sítios do Porto onde se pode comer uma tajine, o prato típico de Marrocos.

Capela de Nossa Senhora da Silva, 102-104

Quem não estiver atento pode até nem reparar nela, tal a discrição da Capela de Nossa Senhora da Silva, que desde o século XV é casa da Confraria com o mesmo nome. A fachada exibe um belo oratório oitocentista com a imagem de Nossa Senhora da Silva.

Cana Verde, 121

Restaurante tipicamente português, serve comida simples e boa a preços acessíveis. Não será por acaso que a casa está sempre cheia à hora do almoço, onde acorrem muitos trabalhadores das redondezas para forrar o estômago como deve ser com o menu do dia a 7 euros. Rancho, arroz de pato ou cabidela são alguns dos pratos que compõe a ementa, tradicional q.b., mas também há opções de peixes e carnes grelhadas.

All in Porto – Wine and Foodies, 111

Vinho e petiscos dão o mote para o mais recente espaço dedicado ao comer e beber. Uma extensa lista de vinhos das várias regiões demarcadas, assim como alguns espumantes e vinhos do Porto, expostos em elegantes garrafeiras de madeira, podem acompanhar as também muitas propostas da carta, que vão desde tábuas de charcutaria e queijos a massas, passando por tibornas e também sobremesas.

Pajaro Malandro, 88 

Dois espanhóis no Porto e uma coleção de t-shirts chamada “Badalhoca”. O sucesso foi tal que decidiram abrir uma loja onde produzem t-shirts serigrafadas de maneira artesanal. Álvaro Escalona e o seu sócio Juanjo Martin imprimem em pano vivências da sua vida em Portugal. Também é possível criar o seu próprio alter-ego, através da combinação de vários carimbos de rosto, tronco e pernas.

Lavanda(RIA), 91

Em tons de branco e lilás se lava a roupa na rua dos Caldeireiros, onde o boom turístico também já se faz sentir levando à abertura recente de uma lavandaria faça você mesmo. No espaço ao comprido, com uma parede em pedra, bancos de toque clássico convidam a esperar de forma mais prazenteira. Embora os turistas sejam o público mais frequente, o espaço é aberto a todos os que dele precisem.

 

Source: https://www.evasoes.pt/ar-livre/rua-do-porto-dos-artesaos-da-memoria/